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Ambulatório do São Camilo presta atendimento a gestantes de alto risco

Quando as consultas de pré-natal realizadas na rede de atenção básica em Esteio identificam uma gravidez com alguma situação de perigo para a saúde da mãe ou do bebê, a gestante é encaminhada para receber assistência no Ambulatório de Alto Risco da Maternidade na Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio (Hospital São Camilo). Em 2020, 943 mulheres passaram pelo serviço especializado na casa de saúde esteiense.

O pré-natal, geralmente, é feito nas unidades básicas de saúde (UBS) do Município. Mas fatores como pressão alta, diabetes, gravidez anterior com histórico de hipertensão, abortos de repetição, deslocamento prévio da placenta e outros casos demandam acompanhamento sistemático, doses extras de atenção e muita informação, sendo encaminhados para o hospital. “É fundamental e acolhedor para as gestantes e os bebês. Todo cuidado é pouco quando se trata de uma gravidez de alto risco”, aponta a médica ginecologista e obstetra Renata Coelho.

A fundação destinou um espaço exclusivo para o atendimento destes casos, uma sala confortável e aconchegante para as gestantes que, dependendo da patologia, frequentam o setor mais de uma vez na semana e permanecem por um período extenso. A equipe médica presta o atendimento, pede exames e oferece auxílio para as pacientes, além de manter contato constante com as unidades de saúde e participar de reuniões mensais da Rede Cegonha na Secretaria Municipal de Saúde.

Jaqueline Pedroso, 36 anos, foi uma das mulheres atendidas pela equipe do hospital. Moradora do Bairro Santo Inácio e grávida de gêmeos, ela iniciou seu pré-natal na UBS Parque Claret e, a partir da oitava semana da gravidez, com a identificação da gestação de risco, passou a ser atendida também no São Camilo. No dia 11 de fevereiro, com 33 semanas, ela deu a luz a Joaquim, que nasceu com 42 cm e pesando 2,2 kg, e a Gael, com 40 cm e 1,3 kg. Por serem prematuros, os meninos estão agora na UTI Neonatal do hospital, onde permanecerão até poder receber alta, ir para casa e ficar na companhia dos três irmãos.

“Meu pré-natal foi muito tranquilo. A médica cuidou muito bem da minha gestação, sempre pedindo exames e acompanhando o andamento dos meus bebês. Com 29 semanas, comecei a fazer um tratamento para amadurecer os pulmões deles, caso fossem nascer prematuros. Na semana seguinte, por estar com pouco líquido amniótico, fui internada e recebi diariamente os cuidados necessários. Na última ecografia, a equipe médica optou por antecipar a cesariana”, explicou Jaqueline, acompanhada pelo pai dos pequenos, Leandro Ribeiro.

Os cuidados com situações de gestação de alto risco é um dos fatores para a redução, em Esteio, da taxa de mortalidade infantil, que em 2020 teve o menor índice dos últimos cinco anos. No último ano, ocorreram dois óbitos de crianças com menos de um ano de idade e 971 nascimentos de esteienses no Hospital São Camilo e em outras instituições do Rio Grande do Sul, o que significa 2,06 mortes a cada mil nascimentos. Na comparação com os dados de 2016, quando foram registrados 15 óbitos para 1.085 partos (taxa de 13,82 mortes/mil nascimentos), os números apontam uma queda de 85,09% neste indicador. Quando comparados com 2012, o percentual de queda é um pouco maior: 85,21%.

Em 2019, o índice de Esteio foi de 8,47 mortes/mil nascimentos. Neste mesmo ano, a taxa brasileira da mortalidade infantil foi de 11,9% (ainda não há dados disponíveis de 2020).

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