Apesar da boa notícia, o diretor-geral da Fundação, Adriano Coutinho, é cauteloso ao informar que esse número é dinâmico e não há garantias de que se manterá por muito tempo. “O resultado deste momento é fruto de muita dedicação de toda a equipe responsável pela unidade covid-19 do Hospital São Camilo e de uma atuação potente nas ações e orientações preventivas em toda a nossa rede de saúde”, observou. “Além disso, Esteio já tem mais de 89% da população total vacinada, com, pelo menos, uma dose ou dose única da Janssen e 72,7% com o ciclo vacinal completo. Isso é fundamental para que o número de internações reduza dessa forma”, completou.
As equipes médica e de enfermagem tiveram um papel fundamental no atendimento aos casos de coronavírus. O rotineiro responsável pelas UTIs do hospital, o médico intensivista Cristian Chassot Benincasa, falou da atenção aos casos que ingressaram no São Camilo. Além de atender os internados, ele também foi responsável pelo contato com os familiares, para passar informações dos quadros clínicos. “Foi um período conturbado, fomos evoluindo em conhecimento e em cuidados. Foram criados protocolos e rotinas e assumi a conversa diária com os familiares, pois estavam tendo dificuldades para compreender o processo, pela gravidade da situação”, relatou.
Organização e vacinas
O intensivista falou ainda que a situação foi melhorando a partir das ações estabelecidas durante a pandemia. “A UTI se organizou, estabilizamos os quadros clínicos e tivemos melhores resultados na evolução dos pacientes. Sempre contamos com equipe muito boa, médicos fixos e equipe de fisioterapia, enfermagem e técnicos. Com a chegada das vacinas, ainda tínhamos um número expressivo de pacientes, mas foi reduzindo gradativamente”, observou. “Nossa UTI virou referência para a região, foram poucos casos nessa época, mas a maioria bem graves. Hoje, nosso desejo é que a ausência de pacientes na UTI covid seja um prenúncio de que essa fase ruim esteja, de fato, acabando.”
Um dos últimos pacientes internados na área intensiva foi Jorge Luiz Antunes, de 57 anos. Ele contou que foi para o hospital com muita falta de ar, cansaço e febre. Ficou na emergência com muita dificuldade para respirar e então foi encaminhado para internação. “Fui muito bem recebido, fiquei uns cinco dias na UTI, e depois me transferiram para o posto 4, onde recebi um atendimento excelente. O que mais me espanta é que mesmo com as duas doses precisei desse atendimento. Acredito que se eu não tivesse feito a vacina eu não estaria aqui para contar como foi”, disse.
Leitos
De acordo com a direção do Hospital São Camilo, com a diminuição dos números de casos graves de coronavírus, alguns leitos de unidades de tratamento da doença já tinham sido desmobilizados durante o ano. No primeiro semestre de 2021, o HSC chegou a ter, em média quase 70% dos 79 leitos covid ocupados. Os últimos dois pacientes com coronavírus que estavam em tratamento intensivo tiveram alta no dia 22 de dezembro.